Um estudo da Mintel em colaboração com Veganuary revelou que, em países da América Latina, como o Brasil, a oferta de produtos veganos cresceu 2% nos últimos 4 anos. Um aumento que responde ao aumento da demanda do consumidor por soluções alimentares inovadoras das empresas.
Basta ir ao supermercado mais próximo para conferir a tendência, já que há alguns anos é cada vez mais comum encontrar nas prateleiras novos produtos sem ingredientes de origem animal, além de substitutos que surpreendentemente replicam o sabor e a textura. De carnes e queijos, e até de ovos.
Embora seja verdade que é totalmente possível ter uma alimentação 100% vegetal usando alimentos e ingredientes fáceis de encontrar em qualquer supermercado ou feira, a realidade é que esse boom de novas opções permite que muitas pessoas façam sua transição para o estilo de vida vegano mais simples e progressivamente. Uma ampla gama de alternativas veganas também é fundamental quando se trata de reduzir os tempos de cozimento – no caso da comodidade dos pratos preparados – bem como encontrar facilmente lanches quando estamos corridos.
Para medir o impacto que essas decisões alimentares dos consumidores estão tendo nos mercados latino-americanos, Veganuary, em conjunto com a Mintel Consulting, realizou um estudo que mostra o surpreendente crescimento da oferta de produtos de base vegetal em vários países da região. Um aumento que responde ao impacto de consumidores como você, interessados em reduzir o consumo de carne e outros produtos de origem animal e dispostos a experimentar novos produtos que nos permitem diminuir o nosso impacto no meio ambiente, na vida dos animais e melhorar a nossa saúde.
Um crescimento sustentável
Dos três países analisados no estudo – Brasil, Chile e Argentina – o Chile lidera em termos de aumento da oferta de produtos rotulados como veganos. Nos últimos 4 anos, houve um aumento de 8% na participação de mercado desses produtos, que hoje chegam a 12% do total do setor alimentício. Isso significa que mais de 1 em cada 10 produtos à venda no país é vegano. Mas o Brasil não fica para trás, também foi constatado que a oferta de produtos veganos cresceu: com um mercado total de 7%, apresentou aumento de 2% do número de embalagens indicando o termo vegano desde 2018.
A Argentina não fica atrás, com uma participação de mercado de produtos veganos de 6%, com um crescimento de 3% nos últimos 4 anos. No mesmo período, os produtos categorizados como à base de plantas também tiveram aumento de mais de 3%.
Não podemos deixar de citar a tendência crescente de produtos indicados como vegetarianos, uma excelente opção para quem deseja fazer uma transição progressiva ao veganismo. No Brasil e na Argentina, os alimentos rotulados como vegetarianos tiveram um aumento de 2% e 4%, respectivamente, em relação a 2018. No Chile, para os mesmos produtos, foi observado um aumento de 3% para o mesmo período.
Os protagonistas do nosso prato
O Brasil é um dos maiores consumidores de fastfood do mundo, e registrou um aumento de 17% no consumo de lanches em 2020 em comparação ao ano anterior, segundo dados do IBGE. Faz sentido que os principais produtos veganos no país figurem na categoria lanches, com 24.6% do total de lançamentos no mercado.
Segundo país do mundo onde mais se consome pão, o Chile conta com uma marca de consumo de 90kg por ano por pessoa, por isso é razoável que uma das principais categorias da oferta vegana no país sejam os produtos de panificação – com 19,2% -, só superados por lanches, que acabam por ser os líderes indiscutíveis, com uma presença de 24,7%. E do outro lado da cordilheira, na Argentina, os mais procurados são os produtos de panificação – com 23,3% do total.
Esses números estão intimamente relacionados ao desenvolvimento de várias empresas da região dispostas a experimentar ingredientes e fórmulas originais para criar produtos inovadores. O estudo destaca várias dessas empresas e suas contribuições na criação de uma oferta diversificada, acessível e compassiva para os animais e o meio ambiente.
A foodtech brasileira lançada em 2019, Fazenda Futuro, oferece sua linha de produtos em restaurantes e por meio seu aplicativo reúne o feedback dos consumidores para desenvolver novos produtos a preços competitivos. Vida Veg também se destaca com uma grande variedade de opções veganas, sublinhando, em embalagens visualmente atraentes, os benefícios da escolha para a saúde do indivíduo e do planeta, com alimentos à base de planta que imitam o sabor e a textura dos produtos de origem animal. Estratégia parecida à que a Seara imprime na Linha Incrível, que comercializa isca de peixe e bacalhau 100% vegetal.
A tecnologia de inteligência artificial permitiu ao NotCo se tornar um dos líderes em inovação alimentar na América Latina, com seus produtos que buscam replicar o sabor e a textura de produtos como a carne, para criar substitutos incríveis, assim como o Signore Mario, conhecido por seus manteigas e curativos à base de plantas e se compromete a oferecer alternativas saudáveis.
No caso da Argentina, a Frizata se destaca, com a dupla oferta de produtos à base de vegetais e aromatizados e uma série de substitutos de carne que buscam aproximar a alimentação vegana de um público curioso ou “flexetariano”. Também digna de nota é a experiência da Felices las Vacas, e seus produtos que buscam ser uma alternativa atraente ao queijo, iogurte e outros laticínios.
Nem tudo pode ser visto a olho nu
Você sabia que 49% dos participantes do Veganuary 2021 relataram melhorias em seus níveis de energia e 46% disseram que se perceberam mais bem humorados? Os benefícios de uma alimentação vegana para a saúde são mensuráveis e visíveis em pessoas como você, mas muitas vezes o público em geral confunde a rotulagem vegana com outros tipos de restrições alimentares, como produtos sem glúten.
De qualquer forma, está cada vez mais fácil encontrar produtos veganos que não só geram um impacto positivo na saúde, no meio ambiente e nos animais, mas também são isentos de alérgenos e glúten, o que os torna alternativas saudáveis e acessíveis para um grande grupo da população. Os principais rótulos que os produtos vegano carregam na América Latina são “Allergen Free” e “Gluten Free”, onde no Brasil chegam a 86,3% e 77,9%, no Chile a 77,2% e 69,9% e na Argentina a 57,1% e 53,1%, respectivamente.
E quando falamos em proteína vegetal, essa nova onda de produtos veganos tem buscado inovar em suas fontes protéicas, com a ervilha se tornando a proteína mais utilizada no Brasil e no Chile. Em ambos os países, a proteína da ervilha ultrapassou a soja mais usada tradicionalmente na substituição da carne, enquanto na Argentina a soja continua na liderança, à frente do trigo e da ervilha.
Você gostaria de receber suporte enquanto navega nesta oferta de produtos veganos em expansão? Se sua resposta for sim, então convidamos você a se inscrever gratuitamente em nosso desafio vegano de 31 dias.
Fonte: Mintel Consulting (2021), Plant-based in LATAM for Veganuary