Dica número um para ser vegano: procure informação

Nutricionista Alê Luglio divide um pouco da sua história e dá dicas para quem deseja começar no veganismo

A nutricionista Alê Luglio, coordenadora do departamento de Saúde e Nutrição da SVB, colaboradora da área de Nutrição da Sea Sheperd e consultora da área de Nutrição e Sustentabilidade da A Tal da Castanha, se considera uma vegana de coração desde a infância. “Tenho claro em mim que nasci de coração e alma veganas”, afirma. Porém, o caminho que a fez chegar onde está, levando o veganismo como estilo de vida, profissão e ativismo foi por vezes difícil e tortuoso. “Minha relação com os animais, desde criança incitou sentimentos bons e ruins. Bons, da relação de respeito com os animais e me sentia bem ao lado deles. O ruim é a angústia de saber que os animais sofrem por várias coisas, desde a crueldade, mesmo com animais domésticos, quando mais pra frente eu descobri entendi o que estava por trás do fato da gente comer animais.”

Depois de uma infância questionadora, a adolescência trouxe a informação que faltava e ela passa a se reconhecer como vegetariana. A faculdade de Nutrição, próximo passo de sua vida, foi um banho de água fria nas expectativas de conhecer mais sobre uma alimentação saudável e vegana. “Eu era vista como um ET”, conta. Isso acabou influenciando nas escolhas de alimentação. “Ao longo de toda a minha vida profissional, são mais de 20 anos atuando como nutricionista, eu tive altos e baixos, eu comia carnes brancas, frango eventualmente, comia laticínios e ovos e eu realmente não queria ir mais profundo pra não encarar os impactos negativos e o quanto eu estava sendo hipócrita amando os animais e consumindo lácteos”, conta. Mas há 12 anos isso mudou. “Eu comecei a me incomodar muito, comecei a conhecer o mundo do veganismo, conheci pessoas incríveis e tive uma identificação grande como não tive com outras pessoas e eu falei: eu preciso ser vegana porque é o que eu preciso ser”, salienta.

E assim foi. Contudo ela sentia a necessidade de alinhar vida pessoal com a profissional, uma transição que não era simples, visto que já tinha inserção no mercado. “Para fazer essa transição e assumir publicamente o veganismo eu teria que abrir mão de vários contratos de trabalho, posicionamento como nutricionista. Demorei, levei um tempo tentando entender isso, mas chegou um momento que não deu mais. Já que é pra ser eu vou ser vegana profissionalmente também”, conta. Ela relata que começou a falar e defender o veganismo a partir da alimentação, se tornou embaixadora da campanha Segunda Sem Carne, mas logo assumiu o ativismo animal. “Passei a fazer parte voluntária de vários trabalhos com ONGs, Mercy for Animals, Animal Equality e SVB, que eu logo, desde 2016, assumi o cargo de coordenadora do Departamento de Saúde e Nutrição, que sou até hoje, comecei a me envolver com a causa animal além das questões nutricionais”, disse.

Isso demandou muito estudo para poder sustentar o posicionamento. “Fui para os Estados Unidos, fiz vários cursos, participei de vários congressos para ter segurança e embasamento para entrar nessa discussão de pauta com profissionais relevantes defendendo a nutrição vegetariana, não por aquilo que eu acredito, mas tendo as evidências científicas mais robustas e mais modernas e aquilo que é incontestável cientificamente. Hoje sabemos que a alimentação vegana, feita com cuidado e critério, à base de alimentos integrais, ela não só é possível, como é indicada para o tratamento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo II. A gente tem hoje tanta segurança para falar da nutrição como medicamento para tornar-nos pessoas mais saudáveis e reverter doenças crônicas”, revela.

Para Alê, a grande dica para quem quer conhecer e experimentar o veganismo é a informação. “Primeira coisa: se despir de qualquer forma de preconceito e procurar informação. O Veganuary é muito importante neste sentido porque traz uma jornada de conteúdo variada, desde as discussões sobre os porquês de se adotar uma dieta compassiva para o planeta, até receitas e outros materiais. Com isso, ela vai estar munida de informações. Tem que conhecer, claro que não vai conhecer tudo, mas ela tem que estar recebendo informações para que não somente entenda a razão para fazer isso, mas que faça de maneira eficiente, para mudar o tipo de alimentação para comer melhor, para que passe a consumir mais vegetais. É muito benéfico para a saúde humana quando a gente passa a desligar o piloto automático da alimentação, porque as pessoas comem por conveniência o que aparece, ou por tradição repetindo hábitos que são deletérios à saúde, aos animais ao meio ambiente”, encerra.

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