A campanha #SalvemAsGalinhas chega para combater a gripe aviária e destacar as condições brutais que as aves vivem na indústria e promover a alimentação à base de plantas para ajudar a mitigar essa situação devastadora no Brasil, onde mais de 14 milhões de toneladas de carne de frango foram produzidas para consumo humano em 2021
Como vocês devem saber, o Brasil está em alerta máxima para evitar que a gripe aviária entre no país, Veganuary está lançando a campanha #SalvemAsGalinhas, para ajudar a manter as nossas aves saudáveis e livres. Durante uma semana, destacamos a crueldade da indústria avícola, mostrando a dura realidade que essas aves vivem e promovendo o consumo de substitutos vegetais de frango e ovos.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apenas em 2021 foram consumidos quase 55 bilhões de ovos, o que representa um aumento de quase o dobro do que era consumido até 2007 no país. Enquanto isso, a carne de frango corresponde a 51% do total de carnes consumidas no Brasil, com mais de 14 milhões de toneladas consumidas pelos brasileiros em 2021.
Com tudo isso – e o contexto atual de novos surtos de gripe aviária que já custaram a vida de milhões dessas aves em vários países que fazem fronteira com o Brasil –, os frangos são as aves mais exploradas na indústria da carne. Sendo assim, uma das principais motivações da ONG é promover a redução desse tipo de consumo.
Para isso, contamos com o apoio de vocês para convidar mais e mais pessoas a participar do desafio vegano de um mês, que segue com inscrições abertas.
Na primeira semana de abril, nossa embaixadora, Hana Khalil, que preparou uma receita de “Tofu Xadrez” — o melhor substituto à base de plantas da versão deste popular prato com carne de frango –, vai compartilhar em suas redes sociais o vídeo da receita, tudo bem fácil e rápido para fazer desta substituição ainda mais simlpes e saborosa.
A apresentadora de TV e apoiadora de longa data de Veganuary, Alana Rox, também criou um vídeo especialmente para a campanha #SalvemAsGalinhas, que será compartilhado em suas redes, com a receita do “Bolo Chocolatudo”, a sobremesa perfeita e sem ovos. Acompanhe as nossas redes para ver os vídeos em 1ª mão.
Mauricio Serrano, diretor de Veganuary na América Latina, comenta que “dada a situação que estamos vivendo mundialmente com a gripe aviária, acreditamos que esta terceira versão da iniciativa #SalvemAsGalinhas é um importante apelo para que se tome conhecimento da situação que estão vivendo estas aves, que têm algumas das piores condições de vida nesta indústria alimentar para consumo humano e que uma mudança nos nossos hábitos pode ajudá-los a ter uma vida mais digna”.
Gripe aviária
Desde outubro de 2021, mais de 140 milhões de aves de criação em todo o mundo morreram de gripe aviária ou do chamado “abate em massa”. “É um duro lembrete de que a indústria agrícola vê os animais como números, e não como indivíduos”, acrescenta Serrano.
Em 2023 o cenário continua sombrio e vários países enfrentam novos surtos desta doença. É uma crise global e a América Latina está a salvo. Enquanto no Brasil, o Ministério da Agricultura está tomando medidas extremas, como o cancelamento de feiras de aves para evitar infecções, somente no Chile, em março de 2023, foram relatados dois surtos importantes; um deles em uma planta comercial da indústria avícola, que resultou na morte de 40.000 aves; e um segundo caso que afetou quase 5.000 aves que poderiam ter o mesmo destino.
Embora o vírus tenha se espalhado para alguns mamíferos, e o número de casos entre humanos venha aumentando, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o risco atual para humanos é baixo. No entanto, os riscos de sua propagação consideram que o vírus pode sofrer mutação para uma forma mais perigosa para os humanos e causar outra pandemia. Por enquanto, continua custando a vida de milhares de aves no mundo, justamente pelos maus tratos e negligência que sofrem na indústria que as trata como mercadoria.
A realidade da avicultura
Além do fato de que as galinhas são as aves mais exploradas na indústria da carne e do grande número de aves abatidas em cada país para consumo humano, sem contar aquelas submetidas à indústria de ovos, há uma série de aspectos desse negócio que a população mundial desconhece, diretamente relacionado às condições deploráveis que essas aves vivem em suas curtas vidas.
Dentro dos complexos industriais, as galinhas vivem em péssimas condições, muitas vezes dentro de um espaço que não ultrapassa 25×25 cm para cada ave, onde há pouca ou nenhuma luz solar, e onde o estresse e a superlotação as tornam vulneráveis a muitas doenças, o que obriga os produtores a administrar grandes quantidades de antibióticos, sem impedir que a expectativa de vida seja reduzida para cerca de 40 dias, quando na natureza é de pelo menos 10 anos em algumas espécies.
Por se tratar de uma indústria seletiva, pouco se fala sobre o futuro dos frangos machos, que são descartados. Como os machos não podem botar ovos, eles não são mais úteis para a indústria de ovos. É por isso que eles são mortos quando têm cerca de um dia de vida e geralmente são mortos por gás, sufocamento, esmagamento ou moídos vivos.
Finalmente, milhões de frangos morrem no transporte entre a fazenda e o matadouro todos os anos em todo o mundo. De fato, a cada ano morrem mais galinhas sem chegar ao abate do que todas as vacas, porcos e ovelhas mortas para alimentação juntas, e estes são apenas alguns dados. Se você também ficou chocada com o que viu, junte-se a nós, é grátis!
