Nossas dietas desempenham um papel significativo em áreas como a cultura, o entretenimento e o bem-estar. Temos mais opções do que nunca sobre como e o que comemos, mas uma população crescente significa que são necessários recursos extras. Mas isso significa que comer carne é ruim para o meio ambiente?
Analisamos como a indústria global de produção de carne afeta o planeta e alguns dos argumentos a favor e contra o consumo de carne. Exploramos se é ruim para você e para o meio ambiente e algumas alternativas para comer carne e se você se sentir inspirado e quiser provar o estilo de vida vegano, basta se inscrever gratuitamente no desafio Veganuary para contar com a nossa ajuda dia a dia.
A maioria da população mundial come algum tipo de carne. Uma pesquisa global de 2018 da especialista em pesquisa de mercado Ipsos descobriu que 73% da população mundial era onívora, consumindo regularmente produtos animais e não animais.
Razões para eliminar a carne
Mesmo que as dietas baseadas em produtos de origem animal sejam populares, há um número crescente de pessoas que optam por não comer carne, peixe, laticínios e ovos. Embora não tenhamos dados sobre o número de veganos no Brasil, para se ter uma ideia, somente no Reino Unido, dados de 2018 mostraram que havia 600.000 veganos no país, acima dos cerca de 150.000 em 2006.
Há muitas razões contra o consumo de carne, por exemplo, os riscos para a saúde. Dietas ricas em carnes vermelhas e processadas, laticínios com alto teor de gordura, alimentos processados e açúcar estão associadas a diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Dietas ricas em fibras, frutas e vegetais estão associadas a um risco reduzido dessas doenças.
O bem-estar animal também precisa ser considerado. A busca por carne e leite de baixo custo está levando a uma agricultura intensiva. Para manter baixos custos operacionais, algumas práticas agrícolas restringem o comportamento animal e comprometem sua saúde e bem-estar.
A sustentabilidade também tem sido um fator importante na escolha de uma dieta. Um relatório de 2020 da IDTechEx revelou que a indústria da carne é insustentável, já que o gado usa uma quantidade desproporcional de terra. Apesar de usar 77% das terras agrícolas, apenas 17% do consumo global de calorias vem de animais.
Finalmente, os impactos ambientais e os métodos de produção pecuária são considerados um dos principais causadores de danos ambientais, incluindo mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
O impacto ambiental do consumo de carne
Os dois últimos pontos da nossa lista receberam atenção especial nos últimos anos. Com as questões de mudança climática e sustentabilidade se tornando cada vez mais urgentes, muitos especialistas nos aconselham a tentar limitar nosso consumo de carne. Então, qual é o impacto ambiental de comer carne? Na realidade, vários fatores relacionados à produção de carne contribuem para seu impacto ambiental global.
Destacamos alguns deles:
Desmatamento. A produção de carne está, direta e indiretamente, relacionada à perda de florestas na América do Sul. De acordo com o WWF, a produção de carne bovina e soja é responsável pelo desmatamento na Floresta Amazônica e em outras áreas do Brasil, Argentina e Paraguai. Vastas áreas da Amazônia estão sendo desmatadas para a pecuária e produção de soja para ração animal. Muitas vezes, as áreas desmatadas são desmatadas com fogo. Essa queima libera enormes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, ao mesmo tempo em que remove um sumidouro de CO2.
Perda de biodiversidade. Não são apenas as florestas que estão em perigo devido à indústria da carne. À medida que a terra é reaproveitada para criar animais e cultivar soja, muitos habitats são destruídos ou impactados. Muitas espécies enfrentam extinção ou estão sob ameaça devido à destruição de ambientes naturais. As estimativas sugerem que cerca de metade da terra habitável do planeta é usada para agricultura, com cerca de 77% disso usado para pastagem de gado, ovelhas, cabras e outros animais.
Emissão de gases de efeito estufa. O consumo de carne é responsável pela liberação de gases de efeito estufa, como metano, CO2 e óxido nitroso. Esses gases contribuem para as mudanças climáticas, como o aquecimento global. A pecuária contribui para esses gases de efeito estufa de várias maneiras.
Criação de gado: Animais como vacas e ovelhas criam grandes quantidades de metano à medida que digerem os alimentos. Estrume em decomposição: O esterco que os animais ruminantes produzem também libera metano. Uso de fertilizantes: Muitos fertilizantes usados na produção de soja são à base de nitrogênio, e estes produzem emissões de óxido nitroso.
Utilização de água: É preciso muita água para produzir carne, e a carne bovina é o alimento que mais consome água. Requer duas vezes mais água para produzir carne bovina do que suína e quatro vezes mais do que fontes alternativas de proteína, como lentilhas. A questão é agravada ainda mais porque o cultivo de soja (para ração animal) é relativamente ineficiente quando se trata de uso de água.
A produção pecuária também contribui para a poluição da água em todo o mundo porque o estrume contamina os cursos de água. Degradação do solo. A criação de animais geralmente requer muita pastagem. No entanto, a natureza intensiva deste pastoreio pode levar a um solo nu, que muitas vezes é perdido devido ao vento ou à chuva. Como resultado, as terras férteis tornam-se estéreis, os cursos de água ficam obstruídos e há um risco aumentado de inundações.
O solo também é um grande reservatório de carbono, absorvendo-o à medida que as plantas e as árvores morrem. À medida que o solo é perdido, ele libera esse carbono como CO2 na atmosfera. A agricultura animal, o desmatamento e outras mudanças no uso da terra que reduzem o solo têm sido os segundos maiores contribuintes para as emissões de CO2 globalmente.
Em última análise, os fatores que descrevemos até agora contribuem para a mudança climática. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a indústria de carnes e laticínios é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa. A ligação entre as emissões de carbono e as mudanças climáticas é inegável.
Conclusão
Como vimos, comer carne é ruim para o meio ambiente na escala e intensidade do que somos enquanto coletivo. Ao danificar ecossistemas e liberar gases de efeito estufa, a indústria global de carnes está contribuindo para as mudanças climáticas. Além disso, com a previsão de que a população mundial continuará crescendo, precisaremos alimentar cada vez mais pessoas.
O impacto da carne no meio ambiente não é sustentável atualmente. Ao reduzir a quantidade de carne que comemos e lutar por uma dieta mais sustentável, cada um de nós pode ajudar a reduzir os danos ao meio ambiente. E, embora haja prós e contras de comer carne, mais pessoas estão optando por cortá-la completamente. À medida que novas tecnologias e legislações são introduzidas, todos podemos fazer a diferença na proteção do planeta com nossas escolhas alimentares.
Fontes para o artigo:
IDTechEx https://www.idtechex.com/en/research-article/the-meat-industry-is-unsustainable/20231
