Veganismo é ideal para quem tem intolerância à lactose

Na busca por uma alimentação saudável e alinhada com valores éticos e ambientais, o veganismo tem emergido como uma opção poderosa e uma relação interessante surge quando consideramos indivíduos que sofrem de intolerância à lactose. Essa condição, que afeta milhões em todo o mundo, encontra no veganismo uma abordagem que não só respeita suas restrições alimentares, mas também oferece benefícios significativos para a saúde.

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Viver sem leite animal é possível, e ainda faz bem cobre as necessidade de uma dieta sem lactose

A intolerância à lactose, caracterizada pela incapacidade do corpo de digerir a lactose, o açúcar encontrado no leite e seus derivados, é uma condição comum em muitas populações. No Brasil, uma pesquisa feita com mais de 200 mil amostras de DNA estimou que cerca de 51% da população tenha algum grau de intolerância à lactose. Globalmente, os números também são impressionantes, com relatórios indicando que até 75% da população mundial pode ter algum nível de intolerância à lactose.

Os sintomas da intolerância à lactose podem variar de leves a graves e incluem desconforto gastrointestinal, inchaço, diarreia e cólicas. Para muitos, a eliminação ou redução dos produtos lácteos da dieta é a abordagem mais eficaz para aliviar esses sintomas e melhorar a qualidade de vida. É aqui que o veganismo entra em cena como uma alternativa positiva. Uma dieta vegana exclui todos os produtos de origem animal, incluindo leite e seus derivados. Ao optar por uma dieta vegana, os indivíduos com intolerância à lactose eliminam automaticamente a fonte de seus sintomas, abrindo espaço para uma abordagem alimentar mais equilibrada e saudável.

Além de ser uma solução prática para os problemas causados pela intolerância à lactose, o veganismo traz uma série de benefícios à saúde. A dieta baseada em plantas é naturalmente rica em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes, todos essenciais para uma saúde ótima. Estudos têm mostrado que os veganos tendem a ter menor risco de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.

A nutri Marcela Worcemann responde as suas dúvidas sobre intolerância à lactose

Imagem reproduzida do Instagram de Marcela Worcemann

Quais os maiores mitos que você como nutricionista já escutou a respeito do consumo de laticínios?

O primeiro é que só é possível ter ossos saudáveis através do consumo de laticínios e isso é um grande mito. Nós temos cálcio no reino vegetal, basta organizar a alimentação para consumir o suficiente e potencializar sua absorção

E o segundo é que todos os laticínios são importantes fontes de proteína, mas não é bem assim. Muitos laticínios possuem uma importante quantidade de gordura em sua composição, portanto contar com certos laticínios para bater a meta proteica do dia pode não ser um bom negócio.

Conta pra gente a real sobre o consumo e a absorção do cálcio?

Nossa saúde óssea não depende apenas do cálcio, mas de vários outros micronutrientes como vitamina D, K e magnésio. Portanto, primeiro ponto importante para a absorção do cálcio e saúde óssea é garantir bom aporte de todos os micronutrientes envolvidos nesse processo.

Existem 2 pontos que precisamos ficar atentos aqui, um deles é melhorar a absorção do cálcio e outro é diminuir a excreção urinária de cálcio. Um dos principais fatores antinutricionais que prejudicam a absorção do cálcio é o ácido oxálico, que está presente em alguns vegetais como espinafre, acelga e folha de beterraba. Quando consumidos crus, esses alimentos então prejudicam a absorção do ferro. Porém, ao aquecê-los, diminuímos significantemente sua ação e o consumo se torna seguro.

Já o aumento da excreção de cálcio pela urina pode acontecer por diversos fatores, como consumo excessivo de sal e cafeína, por exemplo. Portanto o consumo equilibrado desses alimentos também atua na saúde óssea.

Como os intolerantes à lactose podem se beneficiar de uma dieta plant-based?

Ao optar por uma alimentação isenta de laticínios, os intolerantes terão mais qualidade de vida por não sofrerem os sintomas do seu consumo, além de eliminarem a carga do corpo ter que lidar com um nutriente que não consegue digerir e absorver.

Além disso, ao optarem por consumir laticínios de origem vegetal, os intolerantes não precisam deixar de comer alguns alimentos que restringem seu contato social e comfort food. É possível continuar tomando leite, comendo queijos e iogurtes, de origem vegetal, garantindo o paladar que os agrada, sem sofrer os desconfortos da intolerância.

O que é a intolerância a lactose, quais os primeiros sintomas e como esse processo se desenvolve?

É a incapacidade do corpo digerir e absorver a lactose, que é o açúcar do leite. A digestão da lactose depende da enzima lactase para acontecer. Os intolerantes possuem uma menor produção dessa enzima e, assim, menor capacidade para digestão e absorção desse nutriente.

Os principais sintomas são gastrointestinais, como sensação de empachamento, distensão abdominal, gases, diarreia ou constipação. Também podem ocorrer sintomas de pele ou mesmo respiratórios em algumas pessoas.

A intolerância à lactose se descobre apenas quando bebê ou isso pode acontecer na infância, adolescência e mesmo durante a vida adulta?

Tabém pode ocorrer na vida adulta, pois nosso corpo vai perdendo a capacidade de produzir a enzima lactase com o passar do tempo. Sendo assim, é muito comum surgir uma intolerência a lactose na fase adulta ou mesmo em idosos.

O leite animal é essencial em alguma fase da vida ou em alguma situação?

Não! O leite animal não é essencial em nenhuma fase da vida dos seres humanos. O único leite essencial para os seres humanos é o leite materno. O leite animal é essencial apenas para os filhotes da espécie do qual aquele leite foi retirado.

PREPARADO PARA ASSUMIR O COMPROMISSO VEGANUARY?

Veganuary é o maior movimento pelo veganismo no mundo, inspirando pessoas a experimentar o veganismo em janeiro e pelo resto do ano

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